6.09.2008

Vida: Solidão, Ilusão, Comunhão

A vida é solidão. Talvez, embrionária, somática, mas ainda, solidão.
Corremos em busca de uma satisfação atemporal, não nossa. Satisfação imediata, encomendada, planejada.
Sofremos com o medo, ao mesmo tempo em que o invocamos e nos alimentamos dele.
Amarmo-nos com nossas fraquezas, medos, adversidades e contradições pode ser algo difícil, inatingível.
É humanamente impossível amar a quem nos faz tanto mal. E é assim que reagimos a nós mesmos: amamo-nos falsamente, por isso não conseguimos amar o outro. Detestamos no outro as nossas próprias imperfeições. Desta forma, não podemos amá-lo. O amor não é convincente. É paixão, é necessidade, é vaidade, é medo, mas não é amor.
Somos fracos, indecisos, limitados. Não encontramos o direito no certo. Procuramos satisfazer-nos em pequenas e insignificantes coisas. A nossa passagem na Terra é curta, rápida, mas somos estranhamente capazes em torná-la longa e penosa. Iludimo-nos com fatos forçados, dando-lhes relevância por aquilo que nada nos servem, a não ser para afastarmo-nos mais de nós mesmos.
A nossa vaidade não nos permite reconhecer a nossa mediocridade existencial. Desviamos a atenção para pensamentos e ações inócuos, no mais das vezes, sem qualquer preocupação com o compromisso ancestral com a real e definitiva existência.
Somos por assim dizer, apenas um pensamento, uma ilusão de forma, de sentido. À medida que desenvolvemos nossa percepção, como acontece com os santos, encontramos uma maior número de respostas mais consistentes com relação às nossas ansiedades, auxiliando-nos na evolução com que todos nós nos comprometemos antes de nascer.
Amar a Deus, reconhecer esse amor, aceitá-lo com fé e humildade é condição essencial para a nossa libertação.
Quem assim não o faz, deixe de perceber a realidade de sua existência e vive então no superficialismo, esquecendo sua condição de ser-criatura viva do pensamento divino.
Não somos apenas seres humanos, terrestres. Somos, essencialmente, seres universais, divinos. A nossa percepção deve ser constantemente estimulada neste sentido.
Abstermo-nos de pensamentos e atos impuros é um grande impulso na caminhada rumo à nossa evolução.
Para aqueles comprometidos com a real evolução há a continuidade do espírito. Para aqueles que se privam do esforço pelo conhecimento, a fatalidade , certamente, através da diluição do ser espiritual.
Os homens de fé, firmes na evolução de seu ser, primeiramente, encontram forças para perdoarem-se a si mesmos, para, então, conseguirem perdoar, completamente, aqueles que lhe ofenderam . Estes mesmos homens de fé reconhecem o direito pleno à vida de todas as criaturas e com elas se harmonizam. Sabem que não precisam amar o homem, mas a criatura divina que é esse homem, essencialmente.
Os homens de fé acabam por sentir a forma exata de tornar a vida compartilhada, repleta de prazeres, em harmonia com toda a Terra, o nosso ponto de ligação com o Universo.
A vida deixa de ser solidão. Passa a ser, então, Comunhão.

Luiz Albertho de Vasconcellos - 23.10.1987

Sorte!

Às vezes, a sorte bate à nossa porta e a gente nem percebe que ela, a sorte, é uma dádiva divina em comunhão constante com a forma otimista de encararmos a vida e suas situações.
Portanto, a sorte é companheira fiel daqueles que se predispõem à uma visão mais positiva de seu relacionamento com o mundo.
Pense positivamente. Boa sorte!

Luiz Albertho de Vasconcellos - 28.06.1991