9.15.2008

A Escalada da Vida

Na escalada da vida, sequer nos damos conta de nossa contemporaneidade.

Durante uma ínfima fração de tempo foi-nos dada a oportunidade de viver juntamente com outros tantos bilhões de seres, humanos e não-humanos, num pequenino planeta que aprendemos a chamar de Terra.

Se pudéssemos parar um pouco e perceber este especial momento em que estamos vivos e compartilhando um mesmo tempo da evolução, compreenderíamos que não somos importantes por nossos títulos, dinheiro, poder, aparência, mas tão somente por termos sido nós os escolhidos para levar à frente e até um determinado ponto, a jornada universal.

Dentro em breve já não mais seremos contemporâneos de uma mesma passagem no planeta Terra. Teremos cumprido o nosso tempo, a nossa missão, o nosso destino. Mas, com que qualidade, com que responsabilidade?

Tal efemeridade não deveria ser aproveitada para celebrar mais a vida em comunhão com os nossos semelhantes e com os demais seres, em paz, em harmonia?

Por que perdermos tempo com desavenças, disputas e sujeições à ganância de poder, dinheiro, fama e que acabam por nos transformar em ilhas isoladas por águas inóspitas de medo, invejas, preocupações?

Como acontece com a ligação entre algumas ilhas, construímos pontes para alcançar e sermos alcançados pelos outros, mas jamais nos tocamos, nos sentimos, verdadeiramente.

As pontes que ligam também servem para manter distância. Entretanto, nem sempre resistem às fortes intempéries.

Somos seres frágeis, despreparados para suportar tanta pressão, pressão esta que resulta nas doenças da alma, da mente e do corpo.

Somos todos contemporâneos de um momento único em nossa existência. Por que não aproveitarmos esta nossa contemporaneidade para conhecermos e aceitarmos verdadeiramente o companheiro de jornada e vivenciarmos a graça de um tempo em comum?

Quando penso nos bilhões de seres que nos antecederam no planeta, acabo por reconhecer a insignificância em número de anos do tempo de minha vida, tornando-se mister a compensação de tal insignificativa temporalidade com alegria, responsabilidade e suavidade na maneira de viver.

É interessante pensar no fato de que parte disso tudo se deveu a um rápido e corajoso espermatozóide determinado pela evolução a perder sua forma para fundir-se a um óvulo, tornando-se ambos naquilo que hoje somos, não frutos do acaso, mas os determinados pela evolução para a sua própria continuidade.

Luiz Albertho de Vasconcellos 15.09.2008

Um comentário:

Anônimo disse...

Acredito que em determinado momento a Energia da Inteligência Divina "guiou" um espermatozóide com uma forma perfeita até o óvulo para então, se transformarem em um espírito transmissor da Luz de Deus.
Iara Victória