9.18.2008

Poesia de Matuto

Não há fazer, não há mal-querer, só há prazer.

Desde quando nasci, penso um dia ser igual a saci,

pulando de perna em perna, passeando pelo Brasil varonil

vou de vento em popa segurando o meu barril.

A cachaça pode não ser boa,

mas é com ela que falo à toa.

O fumo não se presta,

mas quando pito ele, ninguém me aperta.

Quando a chuva desce,

não há quem me seque.

Então, assim eu vou caminhando

até encontrar um outro viajando.

E, se ele estiver molhado,

tanto melhor será o bocado

de prosa que iremos trocar

em nosso caminhar.

Se a prosa não for boa,

a gente não se esboroa,

dá um cumprimento um pro outro

a gente se despede

e a Deus se pede

pra levar o outro

pra bem longe do nosso olho.

Continuo no meu viajar

até de novo encasquetar

com a ideia de planear

a viagem pelo país afora

antes que daqui me levem embora.

Luiz Albertho

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