12.22.2008

Aos amigos leitores do Isto É Muito Bom!

Meus queridos amigos leitores.
Quando Maria disse ao anjo Gabriel 'Faça-se em mim segundo os desígnios de Deus' ela em sua simplicidade e aceitação pura, concedeu à humanidade a possibilidade de viver uma nova vida. Uma nova vida alicerçada na nova aliança com Deus, através de Seu Filho Jesus Cristo, que só apontou para o caminho da compreensão, da ajuda, da boa-vontade e da firmeza de caráter conduzido pelo amor entre todos nós.
Um homem simples, nascido de uma família simples, com palavras e gestos simples, modificou toda uma existência humana. E, queiramos ou não, somos obrigados a reconhecer que a nossa humanidade transformou-se. Apesar dos pesares, sempre teremos o exemplo e a confirmação da capacidade de, no mínimo, um homem comum que com a sua fé e entrega num Deus poderoso e bondoso, acreditou na bondade humana, a bondade que tem a capacidade de fazer do mundo dos homens um mundo mais divinamente humano.
Feliz e um Santo Natal. E que todos os nossos medos, aflições, dúvidas sejam anteriores ao nascimento de Jesus Cristo em nossos corações, almas e mentes.
Feliz vida nova em 2009!
Luiz Albertho Vasconcellos

Reflixivendo

"Jesus Cristo é a parte pálpavel de Deus!"
Luiz Albertho Vasconcellos

12.05.2008

Uma prece por nossa humanidade

"Que Deus esteja sempre entre nós, sendo o elo que nos une numa humanidade semelhante à Sua divindade. Amém!"

Luiz Albertho Vasconcellos 05.12.2008

11.24.2008

Um Sonho de Verdade - Uma mensagem de Natal

E, saber que tudo começou com sonhos. Com o de Maria ao receber a notícia de que seria Mãe, com o de José dando-lhe a certeza do propósito divino e com os dos humildes pastores sobre o nascimento d'Aquele que viria a ser a fonte de todas as nossas boas inquietações.


Uma criança nascida em uma família simples tornar-se-ia a razão modificadora de milhões de consciências.


Sem estabelecer regras, sem impor dogmas, o homem em que se tornara a criança, conquistou para sempre e com suavidade os corações de boa-vontade, através do amor incondicional.


A esperança que nascera com Ele nunca mais deixaria aqueles que amaram e aceitaram as Suas Verdades.


O Natal é um sonho de esperança por um mundo de amor entre os filhos de Deus.


Feliz esperança neste Natal. Que ele seja a realização da Verdade em cada um de nós, entre nós.

Luiz Albertho Vasconcellos 24.11.2008

10.23.2008

Pé-de-vento

O que eu vou contar agora pode parecer mentira, invenção, mas aconteceu de verdade e esses olhos que a terra há de comer um dia bem longe de hoje, testemunharam tal caso que agora eu começo a contar.

Quando era ainda moleque lá pros cantos de Carmo de Minas, pra quem não conhece, uma cidadezinha vizinha ao município de São Lourenço, famosa estância de águas minerais do sul de Minas, costumávamos eu e meus amigos, tudo ali beirando na idade dos 9, 10 anos de idade, brincar pelas ruas que terminavam nas encostas das montanhas que circundavam a cidade. Não tinha hora pra brincar, não! Ainda mais no tempo das férias escolares, quando a meninada tomava conta das ruas compartilhando-as com charretes e bicicletas do pessoal local. Naquela época, automóvel, só dos veranistas e dos donos de fazendas próximas. Pessoal endinheirado e barulhento, com filhos e filhas que se juntavam à gente na maior alegria do mundo, pois se entregavam às ruas com vontade, sem perigo dos carros que já enchiam as ruas das cidades grandes, especialmente, das do Rio de Janeiro, de onde vinha a maioria deles. Eram uns moleques legais, mas lembro que tinha um garoto tinhoso, metido que ele só e que gostava de implicar com todos os outros garotos e garotas, especialmente, conosco lá da região. Ele nos chamava de caipirinhas, bichos-do-mato, matutinhos, roceiros e por aí vai. Por causa disso, éramos motivo de riso de todo o resto da garotada. Lembro que a gente ficava um tanto vexado com a situação, mas fazer o quê? o garoto era da cidade grande, conhecia tudo que a gente não conhecia, até a praia o danado conhecia e bem, segundo ele. Ele levava uma baita vantagem sobre os garotos locais com relação às meninas, pois ele sabia até como seria o último capítulo da novela. É, é verdade! Naquele época as programações das televisões para as cidades do interior eram atrasadas em um dia, tirando o Jornal Nacional e Repórter Esso que passavam ao mesmo tempo que no Rio de Janeiro e São Paulo, as novelas passavam sempre com atraso de um dia, e, então, o Serginho pelo menos durante o primeiro dia de sua chegada, se gabava por saber o que ia acontecer no capítulo da novela que seria exibido naquela noite. As meninas ficavam todas cheias de curiosidade e admiração por aquele carioquinha engomadinho.

Mas, o que eu quero contar aqui é o que aconteceu com ele, o Serginho, numa noite de lua cheia lá em Carmo de Minas. Fazia muito frio naquela noite. O clima seco somado ao inverno da região, fazia um frio daqueles de lascar. Ficar cinco minutos ao relento era praticamente insuportável, mas todos nós éramos garotos e bem encasacados a gente acabava por enfrentar o frio. A fogueira quase não adiantava para quebrar a friagem, mas lembro que todo mundo se esquentava em volta dela trocando estórias, sempre estórias de assombrações, aparições, sumiços de gente e bicho pelas estradas e ruas desertas das paragens de Carmo e arredores. Mas me lembro muito bem daquela noite, moço, com o vento que de repente começou a soprar descendo das montanhas da fazenda do seu Onofre. As árvores assoviavam alto na passagem da ventania, os cabelos das meninas mesmo trançados batiam-lhes nos olhos, as chamas da fogueira nervosas tentavam se manter acesas, a poeirada da terra seca sacudia-se e enchia as nossas gargantas e olhos quase ao ponto de nos sufocar e cegar. Tudo aquilo era algo que a gente nunca havia passado. Foi quando olhando para o céu a esta altura já com as estrelas dançando freneticamente por conta do vendaval, avistamos uma grande nuvem muito alva, mas tão alva que parecia que a lua havia se escondido nela pra não ser levada pelo vento grande que açoitava a cidade. Mas a lua estava do lado oposto, ainda brilhando como que a alumiar o caminho por onde a ventania deveria seguir adiante e deixar a nossa Carmo quieta em seu lugar. Todo mundo estava encolhido muito mais por medo que do frio. As meninas choravam e gritavam pela mãe, pelo pai, quem tinha, ou pela avó ou tia, quem já não os tinha. No desespero, elas xingavam a gente e nos culpavam por causa das estórias de fantasmas e assombrações que a gente cismava em contar nas noites frias aquecidas pelas fogueiras. A gente também estava apavorado e da mesma forma que elas, não conseguímos sair dali e ir se acoitar num lugar mais protegido. Sentindo que a ocasião era especial para mais uma vez se para a turma, principalmente, para as garotas, o Serginho começou a gritar para o vento ordens de parar. Mas, gritava tanto que acabou aumentando o nosso medo, que agora já era pavor. A gente pedia pra ele voltar pro seu canto e ficar quieto, mas ele parecia tomado por lá não sei o quê e continuava a desafiar com gritos e xingamentos o vento, e agora, a nuvem, que parecia estar mais baixa, quase tocando o campanário da igreja, cujo sino obrigado pelo vento badalava e dobrava ao seu comando. O Serginho quando percebeu que a nuvem se abaixava ainda mais, partiu pra cima dela com os braços levantados gritando todos os impropérios que um garoto de dez anos da cidade grande já dominava, foi quando um braço de nuvem pareceu avançar em sua direção. O janotinha valente pressentindo o perigo, tentou dar meia-volta e sair correndo, mas o braço de nuvem como a perceber-lhe a tática, esticou-se rapidamente como um elástico e o envolveu, impedindo-o de se mexer até que o restante da nuvem o cobrisse por completo. Nisso, o nimbo começou a subir rapidamente, cujo movimento foi acompanhado por todos nós. Àquela altura, estávamos preocupados com Serginho e o imaginávamos imóvel no chão duro que nem pedra de gelo por causa do frio intenso que a nuvem havia trazido quando mergulhou até o chão. Mas para a nossa surpresa, nem sinal do Serginho. Gritamos o seu nome, a coragem nos empurrou em direção ao barranco, depois à carroça encostada, a procura do garoto, e nada, nada, nada. Ficamos em silêncio tentando adivinhar o que poderia ter acontecido com o moleque metido, mas a sensação de medo que parecia ter se atenuado um pouco, possuiu-nos novamente, fazendo-nos tremer da mistura de frio com pavor e nervosismo. Ficamos todos parados um a olhar para o outro somente escutando o zunir do vento que levava a nuvem para bem longe de onde estávamos, até que Joana, a menina mais nova do grupo, perguntou se não estávamos escutando a voz do Serginho bem ao longe. A gente apurou os ouvidos e, realmente, podia-se escutar a voz do Serginho muito distante, fraca, pedindo socorro, para que tirassem ele dali. A gente olhava para os lados para ver se o encontrava, mas ele não estava em nenhum lugar. Prestamos atenção no som que se afastava, cada vez mais fraco, e para nosso assombro, compreendemos que a voz do Serginho estava vindo da nuvem. O Serginho havia sido levado por ela.


O vento amansou, o sino cessou de badalar, as árvores respiravam cansadas, porém, aliviadas de toda aquela tormenta, mas ali nenhum de nós sabia explicar o que havia realmente acontecido.


O Serginho nunca mais apareceu. Nós nos tornamos adultos, muitos mudaram-se para outras cidades, alguns até mesmo para outros países. Mas, eu fiquei em Carmo de Minas e até hoje, em noites de vento forte e nuvens carregadas e brilhantes passando baixas por cima da cidade que já cresceu um pouco mais, tenho a sensação real de escutar a voz do Serginho, ainda voz de moleque, que nem a daquela que escutei em noite de lua cheia há muitos anos, pedindo para tirá-lo de lá. Assim como um pé-de-vento o arrebatou à nuvem, fico na esperança de que outro pé-de-vento o traga de volta, quem sabe, junto com a nossa infância das noites de frio e fogueira de Carmo de Minas.

Reflexivendo

“A vida foi feita para ser levada na brincadeira. Ela tem que ser surpreendente, senão perde a graça, a leveza, a magia. Fica monótona, repetitiva. Vira humana e aí a gente já conhece no que vai dar.”

Luiz Albertho 22.10.2008

10.07.2008

Humor O Sábio e o Português

Esta piada me foi contada há muitos e muitos anos atrás, mas toda vez que lembro dela e conto-a para amigos, ainda conseguimos dar boas risadas.

"Um poderoso rei havia lançado um desafio a todos os seus súditos: aquele que conseguisse manter uma conversação com o mais inteligente dos sábios de seu reino, receberia metade de todo o seu domínio.
Logo, logo a notícia se espalhou e uma grande fila de súditos se formou para o desafio do rei.
O Manuel que não sabia de nada e vinha saindo da padaria com uma bisnaga embaixo do braço viu toda aquela movimentação e resolveu entrar na filha para ver aonde ia dar.
Quando chegou a sua vez, deparou-se com o sábio que sentado numa larga cadeira mostrou-lhe uma maça. Manuel apontou-lhe o pão. Então, o sábio arregalou os olhos e aquiescendo com a cabeça mostrou-lhe um dedo. O português imediatamente acenou-lhe dois dedos ao que o velho sábio respondeu-lhe, tb, com dois dedos. O Manuel, excitado, rapidamente devolveu-lhe três dedos girando-os para cima. O sábio reconheceu que havia encontrado uma outra pessoa à altura de sua sapiência e deu-se por satisfeito. Foi até o rei e comunicou-lhe o que havia ocorrido e este quis saber o que haviam conversado. O sábio então disse ao rei:
_ Mostrei-lhe a maça do pecado, ao que ele me respondeu com o pão da vida._ Disse-lhe que Deus era um só, ao que ele rebateu dizendo-me que eram dois._ Então, confirmei que deus eram dois: Deus e o Diabo, ao que ele com total firmeza afirmou-me que eram três - Pai, Filho e Espírito Santo, reunidos numa única Pessoa.Depois disso, meu rei, reconheci naquela pessoa um ser iluminado e de grande sabedoria que merece receber o prêmio.
Enquanto isso, o Manuel sem saber de nada já estava de volta a sua cidadezinha e encontrou-se com um amigo que lhe perguntou o que ele havia feito porque todo mundo estava comentando que ele havia ganhado o desafio real.
_Sei lá do que tu estás a falar, ô gajo! Estava a sair da padaria quando vi uma fila enorme de pessoas. Quis saber do que se tratava e entrei nela. Demorou um bocado pra chegar a minha vez e tal não foi a minha surpresa quando dei de cara com um velho barbudo, com aparência de maluco, sentado num cadeirão e que me ameaçou atirar em mim uma maça. Não me acovardei e falei-lhe que se me atirasse a maça lhe jogaria a bisnaga._Depois, ele me falou que me enfiava um dedo e eu lhe disse que se me enfiasse um dedo eu lhe enfiaria dois._O velho maluco então falou que me enfiaria dois dedos e eu lhe disse que se era assim, então, eu lhe enfiaria três dedos e ainda os rodaria."

O Tempo e a Vida

"O tempo, este ser misterioso e implacável, que nos toma pela mão logo em nosso primeiro momento e nos leva vida afora sem mesmo conhecermos nosso destino, fazendo-nos aventureiros de nossa própria existência."
Luiz Albertho de Vasconcellos 07 de outubro de 2008.

10.02.2008

Acorda, ó Sião!

Como sempre faço todas as manhãs assim que levanto, oro a Deus e abro aleatoriamente a Bíblia para ver o que o Senhor gostaria de falar comigo naquela manhã. Nem sempre os meus olhos conseguem enxergar a mensagem, porém, hoje, parece que eles foram abertos  para uma frase curta e poderosa, em Isaías, cap. 52, versículo 7 – “Teu Deus começou a reinar!” – Tão logo li esta afirmação, senti imediatamente que Deus havia, então, finalmente, começado a reinar sobre a minha vida. Tomando-a para si e levando-a para a terra prometida.

Agora é Deus que “arregaça as mangas de seu braço santo”(Is 52, 10) para auxiliar-me na luta diária, e, Ele ainda me diz “Saí dessa Babilônia! Não toqueis coisas impuras! (Is 52, 11); entendi que esta Babilônia representa as minhas mazelas, os meus medos, as minhas angústias. Deus exige para que Ele possa trabalhar por mim que eu Lhe tenha fé e siga-O para aonde me levar.

Ele ainda me desperta energicamente com “Acorda! Acorda! Veste tua força, ó Sião! Veste roupa de festa, Jerusalém, cidade santa!” (Is 52, 1) Sim, porque devo tornar-me alegre, confiante, porque Deus está comigo, lutando por mim, guiando-me e Ele não permitirá que a desolação, o sofrimento tomem a minha mente, o meu coração. Não há remorso quando se vive Deus, plenamente. É este Deus que hoje me falou para o qual viverei e confiarei.

Neste exato momento, estou tirando a coleira do pescoço que me prendia ao passado, às minhas terras de cativeiro como remorsos, culpas, relações desfeitas, empregos deixados, passados que ainda estavam vivos em mim como se fossem o presente.

Deus, através do profeta Isaías, hoje, logo ao amanhecer, falou comigo e estou aqui dividindo com você as palavras do Senhor, pois sei que elas também estão sendo direcionadas a muitos outros que ainda são cativos em seus próprios Egitos e ainda não sentiram a certeza de que Deus começou a reinar em suas vidas.

Obrigado, Senhor, por mais este dia.

Amém!



Luiz Albertho de Vasconcellos 02 de outubro de 2008

9.29.2008

Vidas Decompostas



"Segue-me , e deixe os mortos enterrarem os seus mortos"
Mateus 8, 22

Para a grande maioria dos homens e mulheres deste mundo, a vida inicia-se completa, quase perfeita.

À medida que vamos caminhando no percurso da existência, fissuras aparecem. São algumas despedidas forçadas, relações desfeitas, empregos perdidos, paixões desiludidas, separações definitivas. Se não cuidarmos, não resistem à pressão e arrebentam-se em fragmentos, como se a nossa vida fosse sendo decomposta em pedaços das mais variadas formas e tamanhos.

Muitos se exasperam e as doenças os dominam; outros tantos, tornam-se indiferentes e são levados pela situação; alguns se desesperam e não seguem adiante; e, somente poucos continuam a viver bem por todo o tempo de suas vidas.

E, por que isso acontece a estes poucos? Pela simples razão de não tentarem juntar os fragmentos. Aceitam-nos como aspectos naturais da vida e que devem ser deixados para trás, assim como fazemos com os cacos dos copos e taças quebrados: os recolhemos e os atiramos no lixo para que não possam ferir-nos e a outros. Os fragmentos são os nossos cacos de vidro. Se colados jamais resgatarão o formato original e, muito provavelmente, além do tempo que será gasto na tentativa, nos machucaremos com eles.

Os fragmentos devem ser deixados para trás. Devemos, sim, tirar deles as nossas lições, depois esquecê-los e partir para uma nova vida.

Fatalmente, novas fissuras aparecerão. Entretanto, se tivermos aprendido, de fato, nossas lições, as fissuras não se fragmentarão, não sendo capazes, portanto, de decomporem as nossas vidas.

Luiz Albertho de Vasconcellos 29 de setembro de 2008

9.25.2008

Viver Este Dia

Bom dia, Senhor!

Que hoje eu possa sentir-me inteiramente Teu, renovado pela confiança de viver mais este dia que se inicia, sob Tua graça e bênçãos.

Concedei-me a força, a coragem, a prudência e a sabedoria necessárias para viver este dia em louvor a Ti e ao meu semelhante.

Que este meu dia possa ser útil aos Teus desígnios.

Obrigado, Senhor!

Amém.


Luiz Albertho de Vasconcellos

9.22.2008

Reflexivendo

"Ah! Como eu gostaria de poder parar o tempo, ainda que por alguns segundos, para ter a chance de desfazer algo que não deveria ter feito.

Mas, Deus, em sua eterna sabedoria, tornou o tempo inexorável a fim de permitir-nos a humildade do arrependimento e o desprendimento do perdão, através dos quais podemos sentir, de fato, o quanto nos assemelhamos a Ele."

Luiz Albertho de Vasconcellos - 21.09.2008

9.18.2008

Poesia de Matuto

Não há fazer, não há mal-querer, só há prazer.

Desde quando nasci, penso um dia ser igual a saci,

pulando de perna em perna, passeando pelo Brasil varonil

vou de vento em popa segurando o meu barril.

A cachaça pode não ser boa,

mas é com ela que falo à toa.

O fumo não se presta,

mas quando pito ele, ninguém me aperta.

Quando a chuva desce,

não há quem me seque.

Então, assim eu vou caminhando

até encontrar um outro viajando.

E, se ele estiver molhado,

tanto melhor será o bocado

de prosa que iremos trocar

em nosso caminhar.

Se a prosa não for boa,

a gente não se esboroa,

dá um cumprimento um pro outro

a gente se despede

e a Deus se pede

pra levar o outro

pra bem longe do nosso olho.

Continuo no meu viajar

até de novo encasquetar

com a ideia de planear

a viagem pelo país afora

antes que daqui me levem embora.

Luiz Albertho

9.17.2008

Reflexivendo

"Muitas vezes, somos levados a crer que estamos andando em círculos na vida. Ledo engano. Na realidade, se prestarmos atenção, veremos que estamos a percorrer uma espiral ascendente em direção ao auto-conhecimento."
Luiz Albertho

A última dança

Estoicamente, ele se levantou do sofá como se quisesse provar que ainda era um forte. Dirigiu-se à entrada da casa, parou no pequeno corredor, sorriu o sorriso dos valentes esperançosos e tomou-me pelos braços para um arremedo de dança, fazendo-me com ele simular alguns volteios no espaço exíguo.

Naquele momento, em sua alegria triunfal, sem saber, ele começava a ensinar-me uma nova lição de vida.

Naqueles passos trôpegos, aprendi que o tempo de duração da vida é a dimensão da vontade em vivê-la.

Aprendi que sempre restará uma esperança, ainda que não mais existam.

Aprendi que podemos ser nobres em meio às nossas misérias diárias.


Aprendi que o tempo não prevalece sobre as relações verdadeiras.

Aprendi que por maior que seja a vontade de parar é necessário seguir em frente.

Aprendi que devemos reconhecer no outro, somente as suas virtudes.

Aprendi que jamais devemos postergar o que pode ser feito agora.

Aprendi que sempre será o momento oportuno para um sorriso, uma palavra amiga, um elogio ao outro.

Aprendi que devemos aproveitar o momento único de nossas vidas no qual somos todos contemporâneos em um curto espaço de tempo no planeta para vivermos, finalmente, em paz.

Aprendi que nem todas as verdades precisam ser ditas e as necessárias podem ser expressas suavemente.

Aprendi que a paciência será a minha companheira fiel na velhice e uma das minhas melhores e mais prudentes amigas, hoje.

Aprendi que os sentimentos de vaidade e orgulho são úteis até o ponto em que nos faz sentirmos bem conosco mesmo. Quando eles passam a ser motivos de perda, preocupação e futilidade, devem ser redimensionados.

Aprendi que nem todos os limites podem ser superados e devemos saber conviver bem com isso.

E, aprendi que a vida não é uma contagem regressiva e que a sua conclusão não se dá num amontoado de anos vividos, mas no segundo em que se vive.

Foram poucos segundos de uma dança inesperada ao embalo de uma música composta por apenas duas notas: esperança e vontade de viver. Mas, ainda hoje posso ouvir a melodia reforçando em mim tudo o que aprendi através daquela que acabou por ser a última dança de meu pai.


Luiz Albertho de Vasconcellos

9.15.2008

A Escalada da Vida

Na escalada da vida, sequer nos damos conta de nossa contemporaneidade.

Durante uma ínfima fração de tempo foi-nos dada a oportunidade de viver juntamente com outros tantos bilhões de seres, humanos e não-humanos, num pequenino planeta que aprendemos a chamar de Terra.

Se pudéssemos parar um pouco e perceber este especial momento em que estamos vivos e compartilhando um mesmo tempo da evolução, compreenderíamos que não somos importantes por nossos títulos, dinheiro, poder, aparência, mas tão somente por termos sido nós os escolhidos para levar à frente e até um determinado ponto, a jornada universal.

Dentro em breve já não mais seremos contemporâneos de uma mesma passagem no planeta Terra. Teremos cumprido o nosso tempo, a nossa missão, o nosso destino. Mas, com que qualidade, com que responsabilidade?

Tal efemeridade não deveria ser aproveitada para celebrar mais a vida em comunhão com os nossos semelhantes e com os demais seres, em paz, em harmonia?

Por que perdermos tempo com desavenças, disputas e sujeições à ganância de poder, dinheiro, fama e que acabam por nos transformar em ilhas isoladas por águas inóspitas de medo, invejas, preocupações?

Como acontece com a ligação entre algumas ilhas, construímos pontes para alcançar e sermos alcançados pelos outros, mas jamais nos tocamos, nos sentimos, verdadeiramente.

As pontes que ligam também servem para manter distância. Entretanto, nem sempre resistem às fortes intempéries.

Somos seres frágeis, despreparados para suportar tanta pressão, pressão esta que resulta nas doenças da alma, da mente e do corpo.

Somos todos contemporâneos de um momento único em nossa existência. Por que não aproveitarmos esta nossa contemporaneidade para conhecermos e aceitarmos verdadeiramente o companheiro de jornada e vivenciarmos a graça de um tempo em comum?

Quando penso nos bilhões de seres que nos antecederam no planeta, acabo por reconhecer a insignificância em número de anos do tempo de minha vida, tornando-se mister a compensação de tal insignificativa temporalidade com alegria, responsabilidade e suavidade na maneira de viver.

É interessante pensar no fato de que parte disso tudo se deveu a um rápido e corajoso espermatozóide determinado pela evolução a perder sua forma para fundir-se a um óvulo, tornando-se ambos naquilo que hoje somos, não frutos do acaso, mas os determinados pela evolução para a sua própria continuidade.

Luiz Albertho de Vasconcellos 15.09.2008

9.14.2008

Reflexivendo sobre a vida

“Só você pode fazer da sua vida um grande sucesso ou um retumbante fracasso.”

“O único mistério da vida é quanto à sua concepção. O restante somos nós mesmos que desenhamos”.

“Não consigo imaginar um mundo sem Deus com tanta exuberância de vida”.

“Podemos fazer qualquer coisa com relação à vida, menos perdê-la”.

“A maior obra-prima de Deus chama-se Vida e nós fomos escolhidos para curadores”.

Luiz Albertho de Vasconcellos - 14.09.2008

9.09.2008

Erros e Defeitos

A premissa judaico-cristã busca a evolução como um todo, através da compreensão e boa-vontade, irmanando-nos no desejo da superação pacífica do individualismo que gera a cobiça, medos e desentendimentos, ingredientes fatais de todas as guerras de todas as épocas.

Enquanto indivíduos, necessitamos reconhecermo-nos como pessoas plenas, livres e capacitadas para a escolha de nossos caminhos. E, através da compreensão e boa-vontade, sempre tomamos, naturalmente, caminhos que nos aproximam, que nos levam à convergência de ações e pensamentos, e, à aceitação da diferença.


Vivenciando isto, passamos a ser muito mais do que um indivíduo, um corpo. Tornamo-nos todos um só Corpo. Entretanto, ainda estamos muito fechados a essa percepção.

Inspirando-me na melhor virtude alheia, não ameaço a minha individualidade. Ao contrário, robusteço-a, permitindo tornar-me melhor e com isso, gradativamente, reduzir os meus defeitos, a ponto mesmo, de eliminá-los.

A busca por viver em conformidade com o desejo de Deus capacita-nos a uma vida sem imperfeições morais. Não devemos confundir o ser físico com o ser espiritual. O ser físico é regido pelas leis naturais, devidamente, compreendidas e interpretadas pelo pensamento humano, portanto, sujeito às imperfeições e falhas da condição material. Mas, enquanto ser espiritual é nosso dever maior buscarmos a harmonia com o pensamento divino, com a ação divina. Não há amarras para o espírito, nenhum conceito humano para defini-lo.

Defeitos são falhas, vícios e desvios comportamentais corrigidos pela perseverança da retidão espiritual. Erros são tropeços na caminhada, frutos de uma série de fatores tais como impaciência, ambiente, individualismo, ignorância, medo. Os erros são reféns dos momentos de fraqueza. Portanto, para nós que acreditamos numa entidade infinitamente mais poderosa e plena de amor, a simples entrega do comando de nossas vidas a esse Ser através da chave da fé, faz com que reduzamos a possibilidade de errar ao nível que não seja prejudicial ao outro. O arrependimento sincero tem o poder de eliminar a sua repetência e erros correlatos.

Um homem enfraquecido na mente, no corpo, na esperança é vítima do erro. Um homem que confia no Senhor torna-se um homem forte certo de poder viver a plenitude divina através do cultivo das virtudes desenvolvidas a partir da sua relação com a humanidade. Somente assim poderá viver em espírito imaculado num corpo imperfeito.

Luiz Albertho de Vasconcellos – 09.09.2008

8.29.2008

O alimento de Deus


Ninguém me convence do contrário que estamos aqui para desenvolvermo-nos mental e espiritualmente. O nosso nascimento é a representação clara dessa busca, pois do nada surgimos, tornamo-nos carne e sangue, mente e uma, permita-me colocar, extensão de espírito. Se não for assim, para quê tudo isso? Apenas para crescermos, multiplicarmo-nos, apequenarmo-nos nas exigências de uma vida, sofrermos, gozarmos, usufruirmos, padecermos, alegrarmo-nos? Vivermos com a certeza do término? Presos à limitação da vida, pois conscientes da morte? Não, eu não acredito nisso, nem quero acreditar, realmente!

Eu sou mais do que isso, muito mais do que isso. Eu sou uma concepção, uma ideia, um sonho, um desejo. É isto que eu sou. Não sou diferente de nada que compõe o Universo, pois sou do mesmo princípio eterno.

Não me importa saber para onde vou depois dessa minha existência. O que me importa é como devo viver esta minha existência, o quanto intensamente devo dignificá-la. É isto que me importa, tão somente.

A minha busca é para tornar-me melhor, mais digno do desejo que fui e sou. Conceber-me a cada momento naquilo que realmente fui pensado, amado, esperado. Não sou um ser qualquer, assim como nada é um ser qualquer, seja ele humano, animal, vegetal ou mineral. Da forma como fui pensado, encaixa-se, perfeitamente, na forma como o outro também o foi. Cada supressão forçada, causa-nos uma profunda e grande tragédia não percebida por nossos olhares e sentimentos superficiais, mas impressa indelevelmente em nossa condição universal.

E que condição universal é essa? A condição de Deus. Pois, a condição de Sua existência é a nossa própria existência. Sempre penso que não há humanidade sem Deus. Não há Deus sem a nossa humanidade. Deus é eterno, porém, dependente da nossa humanidade. Aliás, Deus se alimenta da nossa humanidade, da mesma forma como Ele se alimenta de tudo o que pensou, imaginou, concebeu. O que seria de um artista se não fosse a sua obra. Não se conhece o artista senão através de sua obra. Em que lugar estaria Deus, senão nos lugares que todos nós somos. Nós somos o lugar onde Deus está! Nós somos a pedra em que Deus faz jorrar a água, nós somos o mar em que Deus abre caminhos, nós somos o Lázaro que Deus ressuscita diariamente, nós somos o topo da montanha em que Deus nos ensina, nós somos Maria em que Deus se faz gente.

Cada ato diferente e que nos afasta da alegria, da saúde, do bem-estar, da dignidade de ser para o qual fomos imaginados, é a supressão forçada do alimento de Deus. E, se matarmos Deus, quem nos humanizará?

Luiz Alberto de Vasconcellos 29.08.2008

Reflexivendo

"Não me preocupo com a morte, mas sim com o tipo de vida que vivo"
Luiz Albertho de Vasconcellos

8.12.2008

"As maiores virtudes de cada um são o meu propósito de ser."
Luiz Albertho de Vasconcellos - 12.08.2008

7.22.2008

O propósito da vida

Algumas vezes você pode pensar que não há jeito, você fracassou, a oportunidade passou, e, o que tem de melhor a ser feito é deixar tudo seguir o seu curso. Você foi vencido e não há mais o que possa ser feito.

Sim, em algumas situações talvez o que seja melhor é deixar as coisas seguirem o seu rumo, depois de ter a consciência firme de que tudo foi tentado, mas não foi possível. Você pode deixar todas as coisas seguirem o seu rumo, mas não seguir com elas, pois você não pode se considerar um perdedor simplesmente porque algo não foi possível fazer. Você não é um perdedor. Na realidade, nenhum de nós é um perdedor em qualquer estágio de nossas vidas.

Não existem perdedores. O que existe é que naquele momento apenas não se conseguiu algo, não porque não tenha lutado, havido suficiente esforço, mas, simplesmente, porque não era o seu momento. Se olhar por outro ângulo, quem sabe era o seu propósito?! Aliás, toda a nossa vida é repleta de propósitos circunstanciais. Entenda que somente a sua existência já é um propósito do universo, acredite ou não num ser divino, num ser superior, você é parte integrante do universo. O seu propósito é a junção de todos os propósitos de sua vida. Você é além do que imagina, não superior, não inferior, apenas, além. Além, dos medos, das “conquistas”, das “perdas”, das alegrias, das tristezas. Você é apenas você. Simples assim, como é a sua vida, a vida que você recebeu de você, para você, em seu acordo ancestral com o universo.

Portanto, não se martirize, não se penalize por qualquer situação que não tenha “conseguido dominar”. Lembre-se que era o seu propósito de vida naquele momento. O propósito de vida que irá somar-se a todos os outros mais através da forma que você combinou a sua relação com o universo.

A vida inteira é proposital. Não é um acaso, um achado. Para toda e qualquer forma de vida há uma combinação prévia sobre os seus propósitos e sua essencialidade para a conjugação perfeita universal. Não há forma de menor ou maior importância. Somos todos essenciais, insubstituíveis. A minha existência é possível porque você também é uma possibilidade para mim, assim como eu sou para você. Fazemos parte da vida, não apenas de nossas próprias vidas. Este é o ponto.

Olhe para o seu corpo e procure nele uma célula que não tenha qualquer importância para o seu organismo. Veja se consegue descobrir alguma?! Ao contrário, você a perceberá quão grande é por tudo aquilo que nela se inicia em você para a sua relação com o universo.

Quando uma gota de chuva cai no mar ela é menor em importância do que o oceano? Não, pois ela é o oceano!
Você é esta gota na vastidão do universo que você também compõe. Você é o universo!
Luiz Alberto G Vasconcellos - 22 de julho de 2008 - 23h00

7.04.2008

Fé!

Fé é uma questão de dom. Não se constrói a fé; ela nasce com você e você a alimenta.


A fé é uma capacidade que as pessoas possuem para enfrentar as adversidades, saborear as alegrias e saber conviver com as alternâncias da vida.


A fé é aquele braço forte que nos ampara na queda, nos endireita e nos mantém no caminho que devemos percorrer.


A fé alimenta os nossos corações e mentes com a inspiração necessária para a atitude corajosa, para o passo firme, para o olhar sereno.


A fé nos indica a direção a tomar, a palavra a ser dita, o recurso a ser utilizado.


A fé faz-nos caminhar sobre as águas, carregar as nossas cruzes, suportar os açoites e encorajar aqueles que duvidam.


Fé é coragem, maturidade, plenitude.


A fé é o único dom primeiro e concedido indistintamente a todos os seres humanos. Mas, como qualquer dom é essencial que seja cuidado e desenvolvido, com o risco de, se assim não for feito, desaparecer, e, então, desta forma, um homem sem fé, torna-se um ser vazio de sentido, sem forma.


A fé não é uma questão religiosa. A fé é uma condição da vida.


Tenha fé e seja feliz!



Luiz Albertho de Vasconcellos - 04.07.2008

6.09.2008

Vida: Solidão, Ilusão, Comunhão

A vida é solidão. Talvez, embrionária, somática, mas ainda, solidão.
Corremos em busca de uma satisfação atemporal, não nossa. Satisfação imediata, encomendada, planejada.
Sofremos com o medo, ao mesmo tempo em que o invocamos e nos alimentamos dele.
Amarmo-nos com nossas fraquezas, medos, adversidades e contradições pode ser algo difícil, inatingível.
É humanamente impossível amar a quem nos faz tanto mal. E é assim que reagimos a nós mesmos: amamo-nos falsamente, por isso não conseguimos amar o outro. Detestamos no outro as nossas próprias imperfeições. Desta forma, não podemos amá-lo. O amor não é convincente. É paixão, é necessidade, é vaidade, é medo, mas não é amor.
Somos fracos, indecisos, limitados. Não encontramos o direito no certo. Procuramos satisfazer-nos em pequenas e insignificantes coisas. A nossa passagem na Terra é curta, rápida, mas somos estranhamente capazes em torná-la longa e penosa. Iludimo-nos com fatos forçados, dando-lhes relevância por aquilo que nada nos servem, a não ser para afastarmo-nos mais de nós mesmos.
A nossa vaidade não nos permite reconhecer a nossa mediocridade existencial. Desviamos a atenção para pensamentos e ações inócuos, no mais das vezes, sem qualquer preocupação com o compromisso ancestral com a real e definitiva existência.
Somos por assim dizer, apenas um pensamento, uma ilusão de forma, de sentido. À medida que desenvolvemos nossa percepção, como acontece com os santos, encontramos uma maior número de respostas mais consistentes com relação às nossas ansiedades, auxiliando-nos na evolução com que todos nós nos comprometemos antes de nascer.
Amar a Deus, reconhecer esse amor, aceitá-lo com fé e humildade é condição essencial para a nossa libertação.
Quem assim não o faz, deixe de perceber a realidade de sua existência e vive então no superficialismo, esquecendo sua condição de ser-criatura viva do pensamento divino.
Não somos apenas seres humanos, terrestres. Somos, essencialmente, seres universais, divinos. A nossa percepção deve ser constantemente estimulada neste sentido.
Abstermo-nos de pensamentos e atos impuros é um grande impulso na caminhada rumo à nossa evolução.
Para aqueles comprometidos com a real evolução há a continuidade do espírito. Para aqueles que se privam do esforço pelo conhecimento, a fatalidade , certamente, através da diluição do ser espiritual.
Os homens de fé, firmes na evolução de seu ser, primeiramente, encontram forças para perdoarem-se a si mesmos, para, então, conseguirem perdoar, completamente, aqueles que lhe ofenderam . Estes mesmos homens de fé reconhecem o direito pleno à vida de todas as criaturas e com elas se harmonizam. Sabem que não precisam amar o homem, mas a criatura divina que é esse homem, essencialmente.
Os homens de fé acabam por sentir a forma exata de tornar a vida compartilhada, repleta de prazeres, em harmonia com toda a Terra, o nosso ponto de ligação com o Universo.
A vida deixa de ser solidão. Passa a ser, então, Comunhão.

Luiz Albertho de Vasconcellos - 23.10.1987

Sorte!

Às vezes, a sorte bate à nossa porta e a gente nem percebe que ela, a sorte, é uma dádiva divina em comunhão constante com a forma otimista de encararmos a vida e suas situações.
Portanto, a sorte é companheira fiel daqueles que se predispõem à uma visão mais positiva de seu relacionamento com o mundo.
Pense positivamente. Boa sorte!

Luiz Albertho de Vasconcellos - 28.06.1991

5.28.2008

Em se plantando tudo dá! Será?

Que tipo de sociedade o nosso país está desenvolvendo? Quando vejo a cultura ser destroçada através de programas chulos de nossa tv, onde autores e diretores com mentes e atitudes doentias tentam impor-nos o seu modo de vida, fico pensando o quanto já andamos num caminho que nos levará a uma encruzilhada para o nada e que certamente não nos dará a chance de retornarmos ao ponto inicial.

A hipocrisia das sociedades brasileiras está cada vez mais nojenta. Pessoas que parecem ser respeitáveis estouram a cabeça do outro com uma chave de roda por uma infração de trânsito cometida pelo arrebentador de crânios. O cretino chega ainda na delegacia e conta as mais estapafúrdias estórias para mostrar que se ele acabou com a vida de um infeliz na frente dos filhos desse mesmo infeliz, foi por um motivo "nobre" que a sociedade aceita como sendo correto, o da legítima defesa. Pior de tudo que a mulher do chaveador maníaco corrobora com a versão, totalmente amparada por seu advogado de defesa, ou de ataque?

O outro chama de corrupto todo mundo que está acima dele ou ao seu lado ou, mesmo abaixo. Mas, quando o "seu guarda" lhe pára na rua para ameaçá-lo com a aplicação de uma multa por alguma infração que cometeu, ele não duvida em sacar 5 real e dar na mão do guardinha. Depois chega em casa ou no trabalho "revoltadíssimo" com a situação que lhe torceu o estômago, vociferando imprompérios contra o estado, a polícia, o país, dizendo ter pago 5 real ao vagabundo travestido de agente da lei e, o mais interessante de tudo isso, acha que o cara se vendeu por uma miséria. Só posso imaginar que passa pela cabeça desse sujeito que se fosse mais, bem mais, aí sim, seria mais razoável, não é?! Essa é a ética desse cidadão de quinta classe cada vez mais numeroso entre os brasileiros. É o sujeito que fura a fila do banco, da loteria, do hospital público, simplesmente porque é parente ou amigo de um funcionário cretino que por sua vez reclama do governo, do ministro, do governador, do prefeito, do guarda corrupto, da professora fraca, do vizinho babaca, do porteiro imbecil. É a ética esperta do sexagenário que se utiliza das "facilidades" de se ter mais de 65 anos no Brasil para na fila do banco poder furá-la para serviços que não para ele, mas sim para amigos, parentes mais novos e que por serem muito "espertos" se utilizam do velhinho sabido para pagar suas contas. Se alguém reclamar com ele, ainda se arrisca a ouvir alguns desaforos. Agora, é capaz de levar com uma barra de ferro na cabeça.
Sinceramente, está cada vez mais difícil acreditar que o Brasil tem jeito. Enquanto estado geográfico, sim, mas, como estado social com o povo que vem se formando ao longo dos séculos, sou cético, muito cético.

Eu não consigo mais acreditar na capacidade de agir corretamente, sem primeiro pensar em si, de ninguém. O brasileiro deixou de ser patriota desde quando foi colonizado. Também pudera, esperar o quê de uma sociedade nobiliárquica que para ser consagrado com um título da nobreza tinha-se que pagar e muito bem por tal distinção.

Quando vamos encarar de frente os nossos problemas, os problemas conjunturais e sociais de nosso país, verdadeiramente? As casas de boa parte dos brasileiros já têm televisão, geladeira, luz elétrica, algumas até microondas. Será que nenhuma delas tem um espelho?

O problema do país não é o Presidente Lula, ou a sua mulher, ou o seu filho, ou a sua ministra preferida, ou qualquer um de seus aloprados corruptos, pois todos eles são originários de nossos anseios, de nossas ganâncias, de nossos apegos. Os Lulas da vida são fruto das sementes que somos nós, sem exceção.

Precisamos deixar os mortos enterrarem os mortos, como diz o Novo Testamento. Vamos deixar o que já está morto em cada um de nós para trás. Vamos buscar a melhor vida dentro de uma atitude e pensamento ético. O futuro é o segundo que já acabou de passar. Se não nos reiventarmos para melhor, estaremos sempre colocando distância num tempo distante chamado futuro.

Ainda há esperança para você, para mim, todos nós!

Aproveite a chance e mude para melhor, porque você não é bom como pensa ser. Você é um estrume, assim como sou um estrume também. Estrumes que não servirão nem para fertilizar o solo de uma terra em que se plantando tudo dá, pois foram deixados no asfalto, aliás, para variar da pior qualidade.

5.19.2008

As colheres de cabo comprido

O texto abaixo foi-me enviado através de e-mail e é de autoria desconhecida. Ele é muito interessante e discorre sobre a tristeza que é o egoísmo e a alegria que é o saber compartilhar.

Um abraço

Luiz De Vasconcellos




"AS COLHERES DE CABO COMPRIDO

Conta uma lenda que Deus convidou um homem para conhecer o céu e o inferno.
Foram primeiro ao inferno.
Ao abrirem a porta, o homem viu uma sala em cujo centro havia um caldeirão de substanciosa sopa e à sua volta estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas.
Cada uma delas segurava uma colher, porém de cabo muito comprido, que lhes possibilitava alcançar o caldeirão, mas não permitia que colocassem a sopa na própria boca.
O sofrimento era grande.
Em seguida Deus levou o homem para conhecer o céu. Entraram em uma sala idêntica à primeira: havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta e as colheres de cabo comprido. A diferença é que estavam todos saciados. Não havia fome, nem sofrimento.
"Eu não compreendo", disse o homem a Deus, "por que aqui as pessoas estão felizes enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?".
Deus sorriu e respondeu: Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a dar comida uns aos outros.

Moral:
Temos três situações que merecem profunda reflexão:
Egoísmo: as pessoas no 'inferno' estavam altamente preocupadas com a sua própria fome, impedindo que se pensasse em alternativas para equacionar a situação;
Criatividade: como todos estavam querendo se safar da situação caótica que se encontravam, não tiveram a iniciativa de buscar alternativas que pudessem resolver o problema;
Equipe: se tivesse havido o espírito solidário e ajuda mútua, a situação teria sido rapidamente resolvida.

Conclusão:
Dificilmente o individualismo consegue transpor barreiras.
O espírito de equipe é essencial para o alcance do sucesso.
Uma equipe participativa, homogênea, coesa, vale mais do que um batalhão de pessoas com posicionamentos isolados.
Isso vale para qualquer área de sua vida, especialmente a profissional.

E, lembre sempre: A alegria faz bem à saúde; estar sempre triste é morrer aos poucos."
(Anônimo)

5.14.2008

Caminho dos Sonhos

Há sempre um lugar para se ir.
Há sempre uma partida, nem sempre uma chegada.
No meio do caminho, há desencontros mais do que no início, menos do que no final que se perde quase sempre no meio do caminho.
A partida, às vezes festiva, às vezes temida, sempre imprevisível, principia a caminhada para um lugar qualquer ou a lugar nenhum.
Espera-se muito, faz-se pouco. O continuar da vida é inexorável, pois ela, a vida, insensível ao tempo que dilapida o que já estava lapidado, leva a caminhos desejados, esperados, sonhados, a caminhos dos sonhos não sonhados.
No caminho dos sonhos da chegada improvável, o fim já é sabido. Percorre-se o caminho indiferente no paralelismo do caminho dos sonhos.

Luiz Alberto De Vasconcellos - 10.08.2003

A importância de tantas coisas

Tantas coisas são tão importantes e nos esquecemos de observá-las:
A flor, o vento, as árvores, o quati, o bem-te-vi, o pato, a rosa, o outro, o amor.

Tantas coisas são tão importantes e não nos importamos em cuidar delas:
As emoções puras, o bom pensamento, a personalidade, o altruísmo, a boa-vontade, a solidariedade, a compaixão, a coragem.

Tantas coisas são tão importantes e teimamos em não dividi-las com o próximo:
O sorriso sincero, a paciência, o gesto bondoso, a palavra amiga, o braço direito, o apoio, a amizade, a mão estendida.

Ah! se pudéssemos subverter o mundo, tornar comuns estas tantas coisas importantes, elas certamente deixariam de ser tão importantes assim, pois estaríamos pensando em outras tantas coisas importantes.

Luiz Alberto De Vasconcellos - 25.01.2000

3.09.2008

Dançar

Dançar, suprema linguagem do corpo e da alma. A mente concentrada no movimento transcendental da arte que encanta, enfeitiça, enleva e nos faz imaginar um mundo mais leve, mais mágico, mais surpreendente.
Dançar todas as danças, de todas as formas, de todas as músicas.
Dançar é compartir com o parceiro as dificuldades dos primeiros passos, das quedas freqüentes e pés e pernas doloridos.
Dançar é celebrar com o par, a perfeição dos movimentos, a harmonia dos pensamentos, a capacidade de se reerguer.
Dançar na chuva, dançar na areia, dançar na pista, dançar na vida.
Dançar é dar forma à melodia, misturar corpo e composição, numa explosão sensual.
Dançar é transformar sons em energia, é revolver tristezas e alegrias, num movimento único de prazer e beleza.
Dançar é dizer sim à vida, ao amor, à esperança.
Dançar é marcar o seu espaço e convidar o outro para estar nele e partilhar com você toda a alegria de dançar a arte de viver.

Luiz Alberto De Vasconcellos - 08.03.2008

3.01.2008

A imutabilidade do tempo



Quando era apenas uma criança, percebia nas coisas pequenas as mais grandiosas dimensões. Um pequeno edifício era da altura suficiente para que com os meus pequeninos dedos pudesse tocar a base do céu. A cova que abrigou em algum momento uma árvore transformava-se num enorme campo de batalha para os meus soldadinhos de brinquedo, os restos da poda das árvores da minha rua eram densos portais de uma floresta negra e repleta de animais desconhecidos e terríveis assombrações, o muro da pequena escola vizinha a minha casa era a muralha de um grande castelo onde uma vez transposta no início das tardes tranqüilas dos sábados proporcionava longos minutos curtos de voltas velozes parecendo intermináveis no único brinquedo instalado no minúsculo pátio e que quase sempre acabavam por fazer-me devolver a comida ingerida a muito custo no almoço recém-findo.
Quando olho para trás utilizando uma memória já um tanto enevoada entremeada por rasgos de nitidez imediata, tão viva ao ponto de sentir-me aquela criança, tento numa inutilidade atroz resgatar a minha presença física num passado ingênuo dos dias em que tudo era magicamente grandioso, eloqüente, justo e possível. O tempo cujo futuro mostrava-se tão igual quanto à visão de tudo aquilo que tinha. Um futuro onde somente eu envelheceria até alcançar a idade, o tamanho e a coragem de meus pais.
O futuro acabou ficando no passado, num lapso disforme que se confunde no tempo cuja passagem inexorável não permite esperanças de interromper, ainda que por somente alguns segundos, o seu caminho. Grandes rios podem ser represados, mares afastados, até órbitas planetárias, alteradas, entretanto, o tempo, fruto da angústia humana pelo controle, tornou-se uma entidade superior e imutável, o verdadeiro senhor de nossas vidas, onde construímos, ainda que involuntariamente, o passado, a parte mais palpável de todo o tempo de nossas vidas. O futuro sempre acaba ficando no passado. O presente perde-se na preocupação com o futuro e o medo do passado. Ao longo dos séculos, a humanidade busca o futuro, desconhecendo que caminha, na verdade, ao encontro de seu passado. Nunca ouvi a expressão, a não ser em termos mercadológicos, publicitários, “chegamos ao futuro”, até porque não é possível chegar ao futuro, viver nesse futuro sendo parte real desse futuro. O futuro é apenas uma manifestação de nossa expectativa, uma forma ilusória de escamotear o passado que sustenta e estimula o ser humano a mantê-lo vivo e presente no futuro de nossas esperanças.

Luiz Alberto de Vasconcellos 21.01.2007 – revisto em 01.03.2008

2.06.2008

Reflexivendo


"Triste vida hipócrita da humanidade. Senhora de si, escraviza a todos e a si mesma, em busca de um tudo que se faz nada, afinal".

1.30.2008

Amazônia para sempre, 600 mil assinaturas


O movimento Amazônia para sempre já atingiu 600 assinaturas. Um número importantíssimo mas que precisa aumentar ainda mais. Devemos lutar pela sobrevivência da amazônia e o início dessa nossa luta é pelo próprio Movimento. Divulgue para seus amigos o site
www.amazoniaparasempre.com.br Busque mais adesões. Somente assim poderemos mostrar que nós brasileiros estamos preocupados e engajados na preservação daquela região.
Vamos nos movimentar também. Faça campanha em blogs, através de e-mails, no trabalho.
Vamos fazer a nossa parte e um pouco mais. Necessitamos da natureza para viver. Não existe outro lugar para morarmos.

Um abraço,

Luiz Alberto De Vasconcellos

1.26.2008

Simples viver bem


A vida que a gente leva está tão agitada que quase sempre nós esquecemos de como é simples viver bem. Para muitos, viver tornou-se tão complexo que acabam por levar a vida como sobreviventes, e nem se dão conta disso. Talvez, esta seja a razão para tantos sentimentos frustrados, tantas relações desfeitas, tantos sonhos esquecidos, tantas raivas incontidas e tantos males de saúde inesperados.

Viver bem deveria ser tão simples como as gotas do orvalho, o desabrochar de uma flor, o nascer do sol, o sorriso de uma criança. Viver bem deveria ser igual a nossa canção preferida que procuramos cantá-la, mesmo no tom errado. E, tudo isso admiramos sem ter que para isso buscar explicações mirabolantes.

Quantas vezes nos deparamos com situações que nos afligem, deixando-nos um tanto quanto perturbados, fazendo-nos perder o foco no cerne da questão, onde, quase sempre, está a solução. Isto acontece porque não conseguimos vislumbrar todas as possibilidades que uma vida simples nos oferece, desapegada de pressupostos e preconceitos que tornam tão pesado o nosso dia-a-dia. Acontece porque consideramos tudo como sendo muito difícil e que a simplicidade de uma idéia ou ato, não poderia resolver. Mas, resolve, porque a vida não é uma equação matemática. A vida é simplesmente a vida que resolvemos levar, então, podemos fazer dela um grande espetáculo ou retumbante fracasso.

Viver bem é ser simples, não simplório, é entender que somos limitados e imperfeitos, mas não impossibilitados de melhorarmos, aperfeiçoarmo-nos. Viver bem deveria ser igual ao canto do pequeno pardal que não possui as variações e tons espetaculares aos daqueles pássaros com perfeita sonoridade, mas sua simplicidade traz-nos harmonia aos ouvidos, relaxando-nos nas primeiras horas da manhã e quase sempre nem percebemos isso.

Viver bem é simplesmente estar de bem com o que você é não com o que julga ou julgado ser. Viver bem é tão simples que acabamos pensando que não pode ser tão fácil assim.
Mas é, experimente!

Luiz Alberto De Vasconcellos - 26.01.2008

1.22.2008

Carrilhão



Sempre pensei em ter um relógio daqueles grandes que ficam ali em pé num canto da sala, discreto, elegante e imponente. Não sei bem o por quê, mas tenho por ele, uma grande atração. Diferentemente de qualquer outro móvel ou adorno de uma sala, ele é sempre percebido. Talvez pelo fato de que este tipo de relógio possa significar não uma simples contagem de tempo, mas, essencialmente, a sua imponência. Posso sentir em cada um desses grandes relógios antigos o pensamento criativo de seu relojoeiro no momento em que estava sendo concebido, não apenas fabricado ou produzido, mas um ente pensado com especial carinho e recept[áculo de todos os desejos de realização de seu criador. Peça por peça, o artista, pacientemente, deixa-lhe um tanto de seus anseios e sonhos, convicto de estar burilando a chave do tempo com os seus segredos.

Para mim, todo relógio carrega segredos de momentos quase sempre ansiados: o segredo do momento de quando um grande amor virá; o segredo do momento da chegada de uma grata surpresa; o segredo do encontro com uma frustração; da vinda de alguém, da partida desse alguém e por aí afora.
Não é raro, um relógio abdicar de suas voltas rotineiras e intermináveis juntamente com a vida de seu proprietário para dar às demais pessoas a oportunidade da imaginação dos últimos momentos daquela que partiu; se ela pôde sentir a chegada de seu desenlace, que medos, pavores ou resignações ela teve que conviver em seus últimos segundos. Pois a vida é feita de segundos. A eternidade é toda ela constituída por segundos. Se somos feitos de pó, a nossa consistência, pacientemente, é feita de segundos. Um relógio conta impassivelmente todos os nossos segundos, deixando-nos a tarefa de registrá-los como momentos.

Um grande relógio na sala é também uma ótima companhia. Na maior parte do tempo calado, introspectivo, deixando para em alguns momentos estabelecer a razão de sua natureza marcando sonoramente as horas cheias como se procurasse nos lembrar da inexorabilidade do tempo e de tudo o que ele carrega. Atravessando as horas longas de uma madrugada insone, a solene companhia está ali cadenciando a vida que emerge de nossos pensamentos mais audíveis proporcionados pelo silêncio do momento. No desenrolar do dia agitado, ele está ali para fazer-nos perceber que a vida deve ter também os seus momentos de reflexão, a necessária parada aparente para marcar as divisões das nossas próprias horas.

O grande relógio às vezes, parece um ente isolado, autista, imerso em suas próprias tarefas de marcar o tempo e de vez em quando chamar a atenção para si, fazendo soar altivas badaladas, assustando-nos ou interrompendo-nos a concentração, como se quisesse mostrar-nos não as horas completas mas a efemeridade de tudo o que fazemos, o que somos, o que pensamos.

Muitos de nós gostaríamos de possuir uma máquina do tempo para que pudéssemos rever o passado na tentativa de corrigir alguns pontos, tatear o futuro, com o fim de se precaver de possíveis situações ruins. Mas se prestarmos atenção, o grande relógio é a verdadeira máquina do tempo, que nos força a atravessar a ponte de um presente que não existe entre um passado despercebido e um futuro ansiado e que nunca chegará, porque somos todos frutos de um momento, contemporâneos de uma rápida passagem, preocupados, infelizmente, com o que fizemos e temerosos do que devemos esperar realizar, sem contudo atentarmo-nos para a importância do momento bem vivido, seja ele sofrido ou alegre, mas bem vivido, porque a única coisa que, de fato, possuímos, é a oportunidade de viver bem o momento em que estamos, igual a um relógio que marca com precisão própria o segundo que acontece, não o que passa e nem o que virá, mas o que acontece. É isto que lhe faz não arrepender-se do segundo passado e nem temer pelo que virá, pois o que o seu compromisso é marcar bem o segundo que vive, não lamentar-se pelo que viveu ou desesperar-se pelo que ainda, possivelmente, viverá.

Assim deveria ser a vida nossa de cada dia, como um grande relógio, seja num canto esquecido ou num local mais nobre de sua sala, marcando cada segundo com a precisão devida, sereno, contemplativo e pacífico. Entendi que um relógio não acumula horas, apenas as vive, através de cada segundo. A vida não precisa ser uma acúmulo de lembranças passadas ou expectativas futuras, pois ela já teve e ainda terá a graça de vivê-las, se bem ou mal, dependerá apenas da forma como vivermos o segundo que nos é dado viver.


Luiz Alberto De Vasconcellos - 19.10.2007

1.21.2008

Página em branco



Uma página em branco é um convite para uma boa estória, uma chance para viajar pela consciência do natural e do sobrenatural, através da escrita. Uma página em branco é como um óvulo fecundado pela tinta de uma esferográfica ou pelas impressões digitais da tecnologia, página e tinta que se fundem para a concepção de uma ou mais vidas cujo sopro vem da alma do criador.


Um texto assemelha-se a uma tela, onde o artista procura, com esmero e profundo talento miscigenar palavras e frases numa solução cognitiva, senão agradável, pelo menos estimulante à percepção de quem o lê.


Escrever uma página é dar forma a idéias através de personagens, é um toque mágico da habilidade em desenhar uma vontade cujos traços vão compondo uma estória. A vida das personagens vai sendo composta palavra a palavra, vírgula a vírgula, com a sua conclusão para além do ponto final, na mente do leitor.


Uma página em branco é o portal fantástico para o sonho, para o mistério, onde o irreal torna-se factível, onde o universo tem seus princípios e fins bem delineados, dentro do infinito que é uma página em branco.




Luiz Alberto De Vasconcellos - 14 e 23.05.2005

1.16.2008

Amazônia para sempre

A Amazônia está ameaçada pela cobiça humana. Temos falado muito e feito pouco pela preservação de um dos maiores pulmões de nosso planeta. O movimento Amazônia para sempre tenta chamar a atenção das autoridades de nosso país para o fato de que nós, brasileiros, estamos de fato mobilizados em torno da preservação da floresta amazônica. O objetivo desse movimento é coletar uma quantidade suficiente de assinaturas para encaminhamento de um manifesto ao Presidente de nosso país, em que defende e solicita a manutenção do que ainda temos de floresta tropical e seus povos que dela vivem.
Acesse o site www.amazoniaparasempre.com.br e assine o manifesto à Presidência. É muito rápido, não necessitando mais de um minuto de seu tempo. Divulgue para os seus amigos. Vamos salvar o nosso planeta começando pela preservação da Amazônia.
Amazônia para sempre.

Um forte abraço,

Luiz Alberto De Vasconcellos

Vida

A vida tem a missão de ser surpreendente. Filha do mistério, desenrola-se na expectativa e finda-se na esperança.
Cada dia na vida é uma surpresa, por mais igual que pareça é totalmente diferente do que era. Morre e ressurge a cada segundo, novinha em folha e velha o suficiente para a renovação. O seu andamento embora pareça cíclico é na realidade uma linha reta e ascendente formada por pontos de rupturas e alianças.
A vida é a ligação do passado com o futuro, cujo elo é o presente. Interessante é o pouco apreço que a ela se dá. A vida parece não ter valor em si mesma. Dá-se importância ao poder, à aparência, ao dinheiro, à fama, à doença, às preocupações, mas não se presta atenção à vida, um verdadeiro pano de fundo sem alegorias e luzes num mundo de ilusões.
De tudo na vida nada se leva, senão ela própria. Toda a fama, todo o poder, todas as alegrias, todas as conquistas, tudo, tudo mesmo é vencido pela morte. Porém, nem esta consegue sobrepujar a vida.


Luiz Alberto De Vasconcellos - 23.05.2005

1.13.2008

Infinitivo Viver

Sonhar para viver
viver para morrer
morrer para ser
ser para crer
crer para amar
amar para doar-se
doar-se para fazer
fazer para crescer
crescer para caminhar
caminhar para descobrir
descobrir para evoluir
evoluir para surgir
surgir para apontar
apontar para resplandecer
resplandecer para acolher
acolher para lançar
lançar para erguer
erguer para ocultar
ocultar para nascer
nascer para alegrar
alegrar para pensar
pensar para continuar
continuar para sorrir
sorrir para buscar
buscar para renovar
renovar para alimentar
alimentar para colher
colher para manter
manter para querer
querer para proteger
proteger para permitir
permitir para sonhar
sonhar para viver
viver para morrer
morrer para ser!
Luiz Alberto de Vasconcellos
13.01.2008

A comunicação do silêncio!



Tanto se fala, tanto deve-se mais calar. O silêncio nos introduz a um universo da exatidão do pensamento, do perfeito equilíbrio.

Não o silêncio gratuito, comum, mas o silêncio do corpo, da alma, da mente, a entrega ao Absoluto, ao Nada.

Se percorremos toda uma vida longe do silêncio e pouco nos realizamos, há que se tentar a realização pelo silêncio. Mas para o silêncio total torna-se necessária a adoção de alguns procedimentos como a boa e ordenada respiração, a higienização da mente(expurgar os bons e maus pensamentos para não deixá-la em ansiedade), uma postura adequada, um domínio da vontade do espírito e do corpo.

Respirar pelo ventre, o não-pensar, a percepção de que nada nos pertence, nem o próprio corpo, tudo é-nos emprestado, confiado, não somos nós, nunca seremos. Apenas um pensamento, uma forma ao qual não nos sujeitamos, apenas experienciamos e transferimos os ganhos sensoriais para a Perfeição. Somos como monitores de tv vivos, inteligentes, através dos quais exprimimos e gravamos os sons do universo. A perfeição em nossa existência é impossível, mas o silêncio nos confere alguma capacidade quanto à compreensão. Todas as vezes que conseguimos uma luz de compreensão, aproximamo-nos mais da Perfeita Compreensão.

Devemos, portanto, ser cuidadosos com as nossas emissões e recepções, para que seja sempre facilitado o trabalho da compreensão. O modo de expressão é fundamental no processo. A educação quanto ä importância de nossa missão ganhará significância à medida que controlamos as nossas emissões e capacitamo-nos a uma seleção daquilo que nos é emitido. Os sábios, os santos, tornam-se mais evoluídos pois conseguem controlar as emissões e recepções.

Portanto, silencie-se o mais possível, por maior que seja a sua necessidade de expressão, seja-lhe a melhor forma de comunicação, o silêncio. Jesus Cristo no momento mais crucial de sua curta vida terrena, frente a Herodes, Pilatos e ao Sinédrio, optou pelo silêncio pois compreendia que o mais importante naquele momento era a perfeição das emissões e recepções, pois que também era apenas um veículo e tudo que Lhe sairia ou entraria teria que ser o mais puro possível para que seu encontro com a eternidade pudesse ser o mais avançado.


Silêncio! Você está em você.

1.11.2008